Oi, gente. Tudo certo com vocês?

Hoje eu vim aqui falar sobre o livro Açúcar de Melancia, do autor Richard Brautigan. O livro foi cedido em parceria com o Catálogo Literário - Grupo Editorial Record e representará o item 11 do Desafio Literário, um livro com azul na capa.

Uma breve novela fantástica, aclamada por Murakami, escrita por um ícone da contracultura americana na década de 1960 e, pela primeira vez, publicada no Brasil
De maneira sarcástica e um tanto nonsense, Brautigan conta episódios passados em euMorte, um lugar onde quase tudo é feito de açúcar de melancia. Com uma linguagem original e poética, o autor nos transporta para um ambiente surrealista, mas que também se assemelha ao cotidiano banal de uma pessoa comum. Uma crítica bem-humorada à mecanicidade das nossas ações.








Açúcar de Melancia é uma história no melhor estilo surrealista que causa estranhamento no leitor do início ao fim. Serpenteando entre os lugares Açúcar de Melancia e euMORTE somos apresentados à história desses locais e das pessoas que neles moram a partir da perspectiva de um rapaz que "não tem um nome comum", trata-se de alguém que tem seu nome definido pelo sentimento que invade o leitor no momento em que algo marcante ou mesmo banal acontece em sua vida, esse é o seu nome.


"Se estiver pensando em alguma coisa que aconteceu há muito tempo: alguém lhe fez uma pergunta e você não sabia a resposta. Esse é o meu nome. Talvez estivesse chovendo bastante. Esse é o meu nome. Ou alguém quis que você fizesse algo. Você fez. E então lhe disseram que aquilo era errado - "Desculpe pelo engano" - e você precisou fazer outra coisa. Esse é o meu nome."


Açúcar de Melancia (como local) é uma espécie de vila onde todos os moradores vivem harmonicamente, onde os cômodos da casa  em que nosso narrador-protagonista faz suas refeições são à céu aberto e onde - viajem! - os dias nascem com sóis de diferentes cores. Não é exagero dizer que o livro provoca o leitor várias vezes a medida que os capítulos passam e o autor recorre às repetições de informações, às quebras da linha de narração e, principalmente, à própria bizarrice da história que vai desde um "antagonista"(?) que se chama  naFERVURA até a descrição de rios de um centímetro que cortam a vila.

Além da provável intenção de chocar e provocar o leitor o autor também se permitiu encantar, há trechos extremamente poéticos na obra que nos fazem questionar qual seria mesmo a principal característica do estilo singular de Brautigan.


"[...] Segurei a mão dela. A mão dela tinha muita força por conta da ternura e essa força fazia com que minha mão se sentisse segura, mas também provocava certa excitação.Ela se sentou bem perto de mim. Eu podia sentir o calor do seu corpo através do seu vestido. Em minha cabeça, esse calor tinha a mesma cor do seu vestido, uma espécie de dourado."


Além dos dois locais acima mencionados a história também apresenta a peculiar e igualmente misteriosa Obras Esquecidas, um lugar tão metafórico quanto real para onde vão, literalmente, as coisas esquecidas; uma Margaret que pisa sempre na mesma tábua não importa a largura que a ponte tenha, apresentando diferentes opções de caminho e uma narrativa que não espera o clímax para surpreender, mas o faz através de cada escolha de palavras.

Ainda que tenha sua forma surpreendentemente original e sua narrativa sem furos não fez o meu estilo de leitura - aliás, não é mesmo o tipo de história que cai nas graças da maioria - e só por essa razão não dou uma nota maior. A diagramação do livro é ótima, sua fonte é confortável e seus capítulos curtos imprimem maior velocidade à leitura. Eu adorei a capa (na verdade foi o que me convenceu a ler o livro, AHAHAH) e mesmo que não tenha me identificado tanto com o estilo do autor recomendo a obra, principalmente se você está em busca de algo diferente, non sense e surreal, nesse caso, e talvez somente nesse caso Açúcar de Melancia esteja esperando por você para existir. 


"Em Açúcar de Melancia os feitos estavam feitos e foram feitos de novo como minha vida foi feita em açúcar de melancia. Vou contar como foi, pois eu estou aqui e vocês estão longe."

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4 Comentários

  1. Oi, Dri!
    Amei essa capa, mas achei o livro muito dorgado pro meu gosto...
    Beijos
    Balaio de Babados

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    Respostas
    1. Oi, Lu!

      A capa é linda, né? <3
      Ele é bem nonsense mesmo, fica pra próxima então!

      Um beijo!

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  2. Amei a indicação!

    www.kailagarcia.com

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