Oi, gente. Tudo certo com vocês?

Hoje eu vim aqui falar de um livro que partiu o meu coração: A Pequena Guerreira, do autor Giuseppe Catozzella. O livro foi cedido em parceria com o Grupo Editorial Record e comporá o item 4 (Um livro na lista dos Best-Sellers) do nosso Desafio Literário que, obviamente, não será concluído na data mas que continuará aparecendo por aqui pelo motivo de sermos persistentes. :)
Vem ver!

Uma garota destemida, uma jornada perigosa, uma história inesquecível.A pequena guerreira é um romance baseado na vida de Samia Omar, a menina determinada a ser uma atleta de sucesso que cresceu numa Somália devastada pela guerra. Samia dormia com a foto do campeão olímpico Mo Farah ao seu lado, treinava arduamente apesar da violência e do preconceito que a rodeavam, e conseguiu, contra todas as expectativas, integrar a seleção somali de atletismo, além de participar das Olimpíadas de 2008 em Pequim. Um dia, com a família sob risco de ser irremediavelmente afetada pela guerra, sua irmã se vê forçada a fazer a perigosa viagem de barco para a Europa, como refugiada. Pouco tempo depois, Samia, temendo por sua segurança e por seus sonhos, resolve seguir os passos da irmã, e com isso coloca a própria vida nas mãos de traficantes de pessoas, demonstrando até onde alguém é capaz de ir por um sonho. A pequena guerreira é uma história inspiradora e tocante de guerra, família e esperança.


A primeira coisa que precisam saber sobre o livro é que é baseado em uma história real e é extremamente tocante, então, se por algum motivo você está sensível demais ou acabou de sair de uma ressaca literária não leia esse livro; ele vai te colocar em um nível de introspecção e melancolia perigosos para quem não está pronto. E confesso: eu não estava pronta!

A Pequena Guerreira conta a história (agora sabemos, real) de Samia, uma garota nascida em uma Somália devastada pela guerra mas que ainda assim nutria o sonho de ser uma corredora famosa representando seu país em competições internacionais. Uma garota que sonha em alcançar, através de sua corrida, a liberdade de seu povo. Divididos entre os clãs abgal e darod, que em comum possuíam apenas o ódio da guerra e o medo do Al-Shabab (grupo de militantes apoiados pela Al-Qaeda, e faziam de tudo para tomar o poder, se aproveitando da rixa entre os clãs para isso) o povo que Samia tanto queria ver livre é um povo extremamente pobre e frequentemente massacrado.

Uma foto publicada por Adriana Costa (@croniana) em

Na contramão do que se espera Samia, uma abgal, tem por melhor amigo Alì, um darod - seguindo a amizade iniciada com seus pais - e o tem como irmão e treinador. Ambos correm por Mogadíscio como se não houvessem conflitos eminentes e mortes a cada esquina.

"Alì e eu nunca nos importamos com a guerra. Que atirassem uns nos outros nas ruas; a gente não tinha nada a ver com isso. Porque a guerra não afetava a única coisa que importava: o que ele era pra mim e o que eu era pra ele."


A rotina de ambos nos é apresentada através da visão de Samia que no início da narrativa conserva o olhar poético e deslumbrado de uma criança e nos faz, em diversos trechos, refletir a respeito dos detalhes com os quais ela se importa, coisas que para nós, quase sempre passam despercebidas. Além de sua amizade Samia conserva uma estreita relação com o pai e com a irmã mais velha, Hodan. Ambos representam, na vida da garota, a certeza de que pode perseguir seus sonhos e conquistá-los, sejam quais forem as circunstâncias. Samia é, numa família de sete filhos a mais sonhadora de todas, ao lado de Hodan e seu dom para a música conserva em si a esperança de competir nas Olimpíadas e vencer trazendo orgulho para seu povo, tudo o que ela mais deseja é correr.

" [...] É isso. A guerra, como já disse, me privou do mar. Em compensação me fez querer correr. Porque grande como o mar é minha vontade de correr. A corrida é o meu mar."

No entanto, as coisas sem complicam em Mogadíscio e de um dia para o outro as músicas são proibidas, as mulheres são obrigadas a usarem burcas e qualquer tipo de acesso à cultura é dizimado, a tradição do país muda e seus habitantes não podem fazer nada para impedir, devem apenas concordar com os fundamentalistas e torcer para não serem parados nas ruas na ida ou na volta do trabalho. Samia, Alì e suas famílias se vêm obrigados a mudar os hábitos e isso incluía, até mesmo, uma mudança na rotina de treinos da garota. Enfrentando todas essas adversidades e várias perdas a personalidade de Samia se fortalece e a realização de seu sonho lhe parece ainda mais necessária, mas será que é possível resistir em esperança num local tomado pela guerra e pelo ódio?

Eu realmente sinto minhas palavras insuficientes para descrever a profundidade do livro. É uma leitura fluida apesar de intensa, nos flagramos o tempo inteiro exercitando nossa empatia e refletindo sobre a dor da perda de pessoas que tiveram seus entes queridos levados por uma guerra  cruel. Catozzella coloca, em cada página a dose certa de realidade nos fazendo refletir a respeito desse lugar devastado, concreto e do mesmo modo comovente. A leitura foi uma das mais profundas que fiz esse ano, ficando atrás somente de Uma Vida Pequena, e me arrancou diversos suspiros ao final do livro. Saber que isso aconteceu de verdade é desolador mas a história de Samia também nos traz no mesmo tanto esperança e fé em uma Mogadíscio melhor, em um mundo melhor, para nós e para todas as Samias que existem.

Samia Yusuf Omar nos Jogos de Pequim em 2008.
Fonte da Imagem: Aljazeera 

"Mas o destino podia fazer o que bem quisesse comigo. Eu sabia muito bem aonde queria chegar. O vento sempre enfrentou dificuldades com meu corpo magro. Fui eu que sempre o desloquei enquanto corria. Fui eu que aprendi a usar o vento para me dar impulso, para me fazer voar."

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6 Comentários

  1. Oi, Dri!
    Não sou muito de ler livros nesse estilo, mas confesso que esse conseguiu despertar bastante meu interesse. Principalmente depois de ver o quanto você marcou.
    Beijos
    Balaio de Babados
    Participe do sorteio de aniversário Balaio de Babados e Postando Trechos
    Participe da promoção 1 Ano de Estilhaçando Livros

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    1. Oi, Lu!

      Também não fazia muito o meu estilo de leitura mas me conquistou totalmente <3


      Um beijo!

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  2. Olá, Adriana.
    Geralmente não gosto de ler livros com histórias reais. Mas esse me encantou e vou ter que colocar na lista. Deve ser incrível acompanhar essa história e ainda conhecer um pouco sobre a cultura do pais. Mas não vou ler tão já, que como você avisou no começo, no momento não estou podendo ler livros assim hehe.

    Blog Prefácio

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    Respostas
    1. O livro é lindo, Sil!

      Mas se você não está podendo ler livro assim agora dá um tempinho sim, HAHAHAHAH, mas lê, acho que você vai amar <3
      É uma história linda <3

      Um beijo!

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  3. Que lindo, adorei a resenha. ♥
    Te seguindo como Art of life and books, segue o meu blog, tem muita coisa boa.♥
    Art of life and books

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